terça-feira, 27 de outubro de 2009

Esquenta a briga pelo mercado de ERP para médias empresas

Lançamento da SAP é a mais nova tentativa da empresa alemã de entrar no segmento. Mas, segundo professor da FGV, empresa precisa superar alguns desafios.

Para entrar no mercado de médias empresas, a SAP enfrenta dois grandes desafios: preço e peso. A afirmação é do professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-EASP), Fernando Meirelles. Apostar em uma oferta de software com infraestrutura terceirizada, segundo o professor, é uma estratégia que faz sentido.

Meireles é coordenador da Pesquisa Anual do Uso de Informática no Brasil, que está em sua 20ª edição. Segundo o estudo, no ano passado a Totvs, com a compra da Datasul, passou a liderar o segmento de sistemas de gestão no País, em termos de base instalada, seguida da SAP e da Oracle.

O lançamento do SAP Fast Start Hosting, realizado nesta quinta-feira (22/10), configura a terceira tentativa da companhia de entrar no segmento de médias empresas, afirma o professor. As outras duas, com os produtos My Sap e All-in-One, não foram bem sucedidas. A nova oferta aposta na terceirização da infraestrutura necessária para rodar os sistemas, atuação por meio de parceiros e pagamentos por mensalidades, sem a compra de licenças.

Reduzir o preço das licenças não é uma maneira eficiente, no caso da SAP, para entrar no segmento por conta da complexidade de seus sistemas. “Para uma grande empresa, o fato do software ser ‘pesado’ e com muitas funcionalidades é positivo. Mas para empresas menores não, porque possuem infraestrutura insuficiente”, afirma o professor. Com o Fast Start Hosting o problema acaba, uma vez que o ERP fica hospedado fora do cliente, que acessa a ferramenta por meio da web.

A estratégia da multinacional coincide com os planos da sua principal rival no mercado de médias companhias, a líder Totvs. Em maio deste ano, a empresa brasileira divulgou um novo posicionamento, passando a se considerar uma operadora administrativa. De acordo com o presidente da Totvs, Laércio Cosentino, a ideia é que os clientes façam um outsourcing (terceirização) total de suas operações.

O novo posicionamento foi viabilizado, segundo Cosentino, pelas diversas aquisições feitas pela Totvs, desde 2003. A oferta de softwares da companhia foi associada a serviços de terceirização dos processos de negócios (BPO, do inglês Business Process Outsourcing), consultoria e terceirização da infraestrutura.

Com os novos modelos, a atuação dos parceiros fica mais importante. “Hoje você contrata serviços de implementação de um SAP sem adquirir a licença. Os integradores oferecem um pacote, que inclui infraestrutura, serviços e o próprio software”, diz Meirelles. O movimento tem raízes no fato das empresas estarem gastando muito mais com serviços do que com hardware ou licenças de software atualmente.

Apesar de disputarem o mesmo mercado, os desafios dos três maiores fornecedores de ERP que atuam no Brasil são diferentes, explica o professor. Para ele, a Totvs precisa gerenciar o grande número de sistemas que comprou; enquanto a SAP quer entrar no mercado de médias empresas e, ao mesmo tempo, ampliar a atuação para outros segmentos de tecnologia. "Já a Oracle pretende ser reconhecida por seus outros produtos, que não o banco de dados”, explica.

Por Rodrigo Caetano, da Computerworld
22 de outubro de 2009 - 19h22
Fonte: http://computerworld.uol.com.br/negocios

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